Saindo do armário

Em carta escrita na segunda feira, o cantor Ricky Martin assumiu sua homossexualidade. De acordo com as palavras do próprio, ele não se sentia bem em esconder o que era.
Essa atitude - corajosa, porquanto as pessoas possuem uma forte tendência a julgar qualquer um que seja diferente do seu padrão estreito - me fez pensar.
Quantos de nós vivem presos em seus armários particulares?
Não estou falando apenas de sexualidade.
Falo de qualquer tipo de segredo. Qualquer coisa, por menor que seja, que guardamos dentro de nós e temos receio de que venha à luz.
Hoje em dia, eu não guardo mais nada. Mas já passei por isso.
Em uma determinada época da minha vida, já guardei uma quantidade de segredos que, olhando agora para trás, sequer eram importantes o suficiente para que os guardasse.
O que eu posso dizer sobre esses segredos, sejam eles quais forem, é que eles nos aprisionam. Simplesmente porque não há como mantê-los sem mentiras.
E não há como sustentar as mentiras sem mais mentiras.
Com tudo isso, vamos formando um castelo de cartas, ou uma torre de Babel - impressionante, mas frágil. Fixando-me na analogia do castelo de cartas, por mais alto que ele seja, apenas deslocar uma cartinha na base pode acabar com tudo.
Assim também é com as redes de mentiras que se constrói para apoiar a primeira.
É nesse momento que eu tenho de concordar com Cristo: 'a verdade vos libertará'.
E você, é livre ou está preso num armário tão atolado em mentiras que não consegue sair?
Pense nisso.
Beijos a todos os meus amados leitores.