Ok, é uma frase tão óbvia que chega a ser cretina. Mas nem por isso é menos verdadeira. E eu lembrei dela porque meu pai a usa muito.
Por que a frase, afinal?
Porque estou numa fase da vida em que a tentação de olhar para trás é muito forte.
Eu pensei muito sobre isso hoje. Quando uma relação acaba, passa-se por um processo de "luto" semelhante ao que ocorre quando alguém querido morre.
Dizem os psicólogos que as fases do luto são:
- choque
- negação
- raiva
- depressão
- aceitação
Eu passei por todas essas fases quando do fim do meu curto relacionamento.
O choque inicial foi tamanho que levei algumas horas para conseguir dar vazão aos sentimentos.
Depois, passei pela fase de achar que tudo aquilo tinha sido um grande mal entendido, e logo logo ele voltaria aos seus sentidos e me procuraria para conversar (negação). Obviamente, isso não aconteceu. Nem vai acontecer, se ele tem um pingo de juízo naquela cabeça.
Em seguida, passei por uma fase de raiva e desejo de fazer qualquer coisa para atingi-lo. Cheguei mesmo a traçar um plano para me vingar dele. Plano que provavelmente teria dado certo, mas que não cheguei, felizmente, a colocar em prática. Se o plano afetasse apenas a mim, eu o teria posto em prática sem piscar, mas ele envolvia outras pessoas, que podiam sair machucadas dessa história. Não era justo que outras pessoas se machucassem só para que eu pudesse dar o troco numa pessoa que não soube valorizar o que tinha.
Passei depois por uma profunda depressão, um total desânimo, quase letargia, uma vontade de dormir, dormir e dormir.
Agora, graças a Deus, cheguei à fase da aceitação, em que consigo valorizar os momentos bons que tivemos e lembrar os ruins apenas como incidentes desagradáveis.
Creio que, daqui a algum tempo, poderei até conversar com "ele" de maneira civilizada.
Embora eu não seja civilizada.
Às vezes brinco que sou um animal selvagem, com garras afiadas prontinhas a arranhar.
Mas essa brincadeira tem um bom fundo de verdade.
Como os animais selvagens, quando sou ferida, meu primeiro impulso é atacar. Confesso, envergonhada, que nem sempre consigo deter esse impulso. Na maioria das vezes, sim, mas não sempre, como eu desejaria.
Bem, quem sabe um dia eu ainda seja domada? Até lá, meus amigos terão de me aceitar assim, selvagem, mordendo, arranhando, mas também - e principalmente - amando-os e aceitando-os como são.
Beijos a todos, e desculpem pelo post prolongado e confuso.